Num lindo dia de primavera, no dia 22 de
março de 2017, nasceu uma simpática árvore, com raízes no coração da terra.
- Olá, sou uma pequena e singela árvore na
margem esquerda do rio… acabei de nascer e já lá bem no fundo da terra, a minha
mãe dizia que a minha Hora estava a chegar!
- A Hora, mamã, … a Hora de quê? Para quê?
- Mais tarde, quando fores crescida, irás
descobrir! Agora está na Hora de descobrires o mundo, a Hora de abrires os olhos…
o mundo precisa de ti, da tua visão, do teu tato, do teu paladar, do teu olfato
e da tua audição… e nunca te esqueças que vida é: Cor, Luz, Amor, Família, Natureza,
Escola e todas as maravilhas do Mundo…
A pequena árvore depressa cresceu e
depressa abriu os seus olhos e …. depressa apurou os seus sentidos. Sentia a
primavera a acenar e o verão com pressa para dar as boas vindas! Sentia o sol a
espreitar sorrateiramente; observava o céu pintado de um azul suave, numa só
tonalidade; olhava, cheirava as flores e lembrava-se do perfume da mãe, mil e
uma flores… Qual delas a mais cheirosa e charmosa? Ouvia e sentia a brisa do
mar a segredar aos pássaros, às crianças, quase que, como um “apelo” a uma bela
sesta na praia.
Ao seu colo acolhia meninos alegres, divertidos
e muito unidos, que brincavam e imaginavam o mundo colorido, nas suas folhas de
papel, construíam figuras humanas e animais com as suas preciosas folhas…
verdadeiras obras de arte que, delicadamente, pedia para pendurar nos seus ramos, com muito orgulho e
amor.
Chegado o outono e mais tarde o Natal, com
a chegada do inverno, vestiu-se de outras cores, para o mau tempo se sentir confortável
e acolhedor. Sentia-se despida e com frio… era a nova estação do ano a dar as
suas graças.
- Dou graças ao outono e ao inverno por
beber tanta água, que me fará crescer saudável, ter belos ramos e boa sombra.
Mau tempo?! Será?! Não sei se será!!! É tão bom ouvir o vento frio falar da
neve. Pena a neve não chegar ao meu rio. Fico à espera que uma criança, um dia,
me faça uma surpresa e se lembre de me trazer uma bola de neve ou se lembre de
me vestir de branco…
- Vou contar-vos um segredo… Sabem que uma
árvore sonha? Pois é…
- Sonho em ser um hotel para pássaros:
“aluga-se sem preço um ninho
com assoalhadas quentinhas
para depenados e janela
com
vista para o rio.”
Sonho em ser um navio, um avião, para partir à
descoberta, com as minhas amigas e família.
Sonho em ser um carro de bombeiros e com
baldes de água apagar os incêndios… baldes de água? Incêndio? Sim! Um balde de água
para cada amiga, apagávamos o fogo de uma vez só! Seria tão fácil… mais fácil
seria não existir incêndios, que eu tenho tanto medo!
A pequena árvore ainda tem muito para
viver, muitas primaveras, muitos verões, muitos outonos, muitos invernos… dias
e noites sem fim.
- Sou apenas uma árvore na margem do rio.
Descobri que com os meus olhos se vai longe. Desde que estejam abertos, bem
abertos para o mundo… descobri que temos
amor nos nossos olhos, que se pode observar, sentir, ouvir, escutar e cheirar à
distância… descobri que um abraço todos os dias consola a alma, em dias menos alegres.
Para a pequena árvore, uma das bases do
sonho é sermos providos de amor, vida, pela natureza e pela sociedade … mas não
se esqueceu que todas têm imaginação, criatividade, para assim sonhar, sonhar,
sonhar e concretizar os sonhos.
- Lembram-se do que a minha mãe dizia, lá
no fundo da terra? A minha Hora estava a chegar! Agora sim percebo a mamã. A
Hora de dar Vida à terra para os seres humanos viverem felizes e em harmonia
entre si e com a natureza….
Agora os seus ramos fazem cócegas às nuvens
e traçam desenhos no céu, do imaginário de cada ser humano….
Joana
Domingues, 5.º A
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