sábado, 11 de dezembro de 2010

"Só um homem comum pode fazer grandes coisas."


"Não sou um senhor de idade que conservou o coração menino. Sou um menino cujo envelope se gastou."
António Lobo Antunes, conto "A Velhice"; Livro de Crónicas, 1998


Foi hoje que alguns tiveram o privilégio de ouvir este "quase nobel", na cidade que ele recorda como aquela que "fazia o meu amigo ser feliz". Lobo Antunes esteve na Biblioteca Álvaro de Campos para falar dos seus livros, mas as suas histórias à volta deles cativaram mais uma plateia, que ora ria do seu humor apurado, ora sustinha a respiração para não quebrar o silêncio que se desprendia das suas palavras mais certeiras...era uma vez uma criança de três anos que morrera...era uma vez uma senhora muito bonita, de 83 anos, que...era uma vez o meu pai que...era uma vez o director de um jornal que...era uma vez o meu amigo José...tantas histórias que nos empurram para uma inquietação constante e são elas que fazem deste homem "como todos os outros" um escritor como mais nenhum...

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