ROSA E O TESOURO ENTERRADO
Há muitos, muitos anos, nasceu numa aldeia pequena uma menina pobre, ela chamava-se Rosa. Rosa era linda, linda como uma flor, uma flor muito delicada e frágil; tinha o cabelo preto, pelos ombros; a pele clara cor de pão com sardas pela zona do nariz; os seus grandes olhos negros sempre brilharam, muito, muito; ela era muito destemida, muito atenciosa e muito simpática.
Um dia, ia ela a voltar da escola, e ia a pensar como poderia ajudar a sua família, quando:
- O que é isto!?
Um papel velho tinha, por causa do vento, vindo direitinho à cara dela. Ela tirou-o da sua cara e viu que era um mapa do tesouro; era aquilo que precisava para ajudar a sua família! Viu que não era muito difícil chegar ao sítio onde estava enterrado o tesouro. De repente uma fada aparece:
- Olá, Rosa.
- Como é que tu sabes o meu nome? – Perguntou Rosa.
- Eu sou a tua fada-guardiã, nunca me viste?!
Rosa ia preparar-se para responder mas a sua fada antecipou-se:
- Ainda bem, cumpri as regras do ”supremo-livresco-das-fadas-guardiãs” – Disse a fada de Rosa, engrossando a voz.
-Não sei porquê!
- Eu vou ajudar-te sempre que me chamares. Eu chamo-me Neblina Josefina. Eu sei que não é nada bonito o meu nome, mas é um nome, está bem! Bom, continuando, chama-me por este chupa-chupa de iogurte de morango.
Neblina Josefina entregou-lhe o chupa-chupa e logo no segundo a seguir:
- Puff!
A fada da Rosa desapareceu. Ela enfiou o chupa-chupa no bolso das calças e começou a correr para casa. Mal chegou ao seu quarto, pegou na sua única mochila (a da escola) e tirou tudo de lá de dentro, pegou na sua lanterna, num pouco de água e de comida, em roupa quente e lavada, num pequeno saco-cama, numa tenda pequena de montar, que os seus pais tinham comprado há muito tempo atrás quando tinham dinheiro e só dois filhos para cuidar, e em outras coisas essenciais. A mochila era pequena, mas a menina era muito arrumada e por isso coube lá tudo. Despediu-se dos pais, dos avós, das duas irmãs e dos três irmãos. Rosa não tinha dinheiro nenhum, por isso ia ter de fazer a viagem toda a pé, mas mesmo assim partiu à aventura.
Andou por bosques, por montes, por montanhas mas nunca desanimou, pois sabia por que é que o estava a fazer: pela sua família. Rosa não era nem nunca foi uma menina egocêntrica, portanto continuou sempre, nunca parou! Quando o sol foi para a cama e a lua acordou, ela parou numa clareira de árvores com folhas muito verdes, montou a tenda rapidamente e a seguir comeu e bebeu um pouco do que tinha trazido. Deitou-se e adormeceu em três tempos.
Na manhã seguinte, acordou muito cedo. Vestiu-se rapidamente e, ao sair da tenda para a arrumar e tomar o pequeno-almoço, deu de caras com um veado, mas um veado gordo e mais parecendo um peluche!
- Uau…! – Exclamou Rosa ao cair, de novo no saco-de-cama.
De repente, o veado começou a falar:
- Olá, eu sou o veado Bolinha! Os outros veados riram-se de mim por eu ser gordinho, por isso vim para cá para me esconder deles! Só depois notei que havia uma tenda aqui e que havia algo a mover-se lá dentro e vim ver o que era!
- OK… Eu sou a Rosa – disse ela, sorrindo para Bolinha, ao perceber que este devia ser… bem… um bom veado. - Queres vir comigo procurar um tesouro enterrado?
- Claro, assim não penso naqueles veados patetas! Sobe para o meu dorso, assim vamos mais rapidamente.
Rosa subiu para cima de Bolinha e puseram-se a caminho. Apesar de Bolinha ser gordinho corria muito rápido, a viagem foi muito mais fácil.
Uns dois quilómetros à frente encontraram um pirata com má cara, e não é má cara de não dormir, é mesmo má cara!
- Eu sou o Pirata Espertalhão e se pela minha ponte querem passar, primeiro a mim têm de derrotar! – Disse o pirata - Mas é claro que sabem que de um duelo de adivinhas estou a falar!
- Vá, diz lá a primeira! – Pediu Bolinha.
- Está bem: 1ª - Num barco havia três homens. O barco virou-se mas só dois homens molharam o cabelo. Porquê? – Atirou o Pirata Espertalhão, semicerrando os olhos.
Rosa pensou, pensou e finalmente descobriu:
- Já sei! Porque o 3º era careca!
- Não vou desanimar, pois uma ainda tens de desvendar! – Respondeu o Pirata cheio de confiança – Esta não vai descobrir: 2ª - O que é que de dia fica no céu e à noite debaixo de água?
Desta vez Bolinha antecipou-se:
- Essa é fraca, já a ouvi um montão de vezes, Pirata Antiquado!
- Isso é um insulto! Vá, então, qual é a resposta certa?
- A dentadura, de dia fica no céu-da-boca e de noite dentro do copo de água! – Ripostou Bolinha, muito confiante.
- Vá, podem passar, eu não sou um pirata desonesto! – Disse ele, de joelhos no chão a bater com os punhos no chão.
- És um bom pirata! – Disse Rosa, com um sorriso – Vamos Bolinha!
Passaram a ponte em segurança e foram dar ao pátio de um enorme palácio.
Entraram lá dentro e vira nuns tronos um rei e uma rainha, eles pareciam simpáticos por isso Rosa desceu do dorso de Bolinha e começou:
- Olá, eu sou a Rosa. Eu e o meu amigo Bolinha viemos há procura de um tesouro enterrado! Sabem de algum?
- Querido, eles estão a falar do tesouro do Pirata Cabeçudo, segundo a lenda o pirata tinha muitos milhões de euros e enterrou-os juntamente com a sua alma! Vamos ficar ricos! – Sussurrou a rainha para o rei, com muito entusiasmo, depois virou-se de novo para Rosa e disse, muito chateada por não os poder ajudar: - Não, desculpa não sei nada sobre esse tal tesouro! Mas como já está escurecer podem ficar cá a dormir temos estábulos muito confortáveis, onde o teu veado pode ficar, Rosa! Já agora, eu sou Mafalda e este é o meu marido Alexandrino, somos os reis de Liláslandia.
- A senhora e o seu marido podem chamar-me Bolinha, vossas altezas! – Respondeu, muito rapidamente, Bolinha.
- Está bem, Bolinha. Daqui a duas horas o jantar será servido. Não se atrasem! O César mostra-te o teu quarto, Rosa. E o Henrique leva o Bolinha para o “ Salão dos Animais”, para ser escovado, antes da festa que vamos dar! Tenho vestidos no guarda-roupa do teu quarto, usa-os, eram da minha irmã mais nova, tens mais ou menos 11 anos, não é? Então servem-te, tens de ir muito bonita! A festa começa 22:45. – Informou a rainha Mafalda.
César mostrou o caminho para o seu quarto a Rosa. E o Henrique levou Bolinha para o salão de beleza.
Rosa tomou banho, procurou o vestido perfeito, maquilhou-se, penteou-se e arranjou-se, foi jantar e só uma hora depois foi para a festa. Desde que chegaram não tinha visto mais o Bolinha mas finalmente, na festa, viu-o: estava todo limpinho e com um laço com xadrez vermelho e verde. Estava muita gente na festa mas não viam os reis, sabem porquê? Porque os reis tinham invadido o quarto de Rosa, roubado o mapa e foram cavar no local do “X” e imaginem: conseguiram desenterrar o tesouro.
- Já viste, a lenda deste tesouro é mentira, aquela do: “Só a pessoa que tiver um motivo puro pode retirar o tesouro da terra e usa-lo da maneira que bem entender!” – disse o rei Alexandrino para a mulher.
- Sim, está bem. Mas é melhor voltarmos rapidamente para a festa senão aquela miudinha e o seu burrinho de estimação ainda descobrem que lhes tiramos o mapinha do tesouro. – Respondeu a rainha Mafalda, com alguma pressa.
- Isso vai ser difícil, majestade, porque nós já descobrimos! – Disse a Rosa.
Mas antes que ela pode-se fazer qualquer coisa a rainha lançou um feitiço que a prendeu a ela e a Bolinha dentro de uma jaula para animais. Mas Rosa lembrou-se que tinha o chupa-chupa no bolso do vestido (nunca andava sem ele), tirou-o de lá e usou-o para chamar a fada Neblina Josefina:
- Ajuda-me, tira-me desta jaula!
- Claro, querida, os teus desejos são ordens! – Respondeu uma voz doce e clara: era a voz de Neblina Josefina.
De repente apareceu ela, tirou Rosa e Bolinha de dentro da armadilha e num encanto mágico prendeu os reis na jaula que tinha prendido Rosa e Bolinha.
Rosa pegou no seu tesouro, pediu à sua fada que abrisse um portal de volta para casa e assim aconteceu, mas antes que a rainha má pudesse mandar criados atrás do tesouro Neblina Josefina fechou o portal.
Rosa deu aos pais o tesouro e o resto da sua vida foi maravilhoso: os pais viveram sem dificuldades, com o seu novo animal de estimação Bolinha e a sua nova melhor amiga a sua própria fada: Neblina Josefina.
Fim!
BEATRIZ SILVA - 5º C