Isto não tem graça nenhuma e eu recomendaria qualquer outro tipo de atividade.
Visitai antes um amigo doente. Se isso for impossível, vejam um espetáculo ou
tomem um banho quente e leiam. Qualquer coisa é melhor do que ir para um matagal
com um daqueles sorrisos vazios e amontoar flores num cesto. Quando derdes por
vós estareis a saltaricar de um lado para o outro. Afinal, o que é que se vai
fazer com as violetas depois de as ter apanhado? «Ora, pô-las numa jarra»,
dizeis. Que resposta tão estúpida. Hoje em dia podeis telefonar à florista e
encomendá-las. Deixai que seja ela a vaguear pelo matagal, é para isso que se
lhe paga. Assim, se houver trovoada ou se por acaso aparecer um enxame de
abelhas, a florista é que será empurrada para o monte Sinai.
A propósito, não
penseis, por causa disto, que sou insensível às alegrias da natureza, embora
tenha chegado à conclusão de que como puro divertimento não há nada melhor do
que passar quarenta e oito horas na Cidade de Borracha e Espuma em meados de
Agosto. Mas isso é outra história.
WOODY ALLEN
Sem Penas
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