segunda-feira, 12 de maio de 2014



Vamos ler outra história sobre o Adamastor e Tétis…à luz da Maria Beatriz Carmo


O olhar assustador e zangado de Adamastor dera lugar a uma expressão serena e apaixonada assim que começou a relatar a primeira vez que avistara Tétis.
Descrevia cada pormenor da sua face, da sua beleza e perfeição e  como se apaixonara de imediato pela bela deusa.
- Mas como poderia eu conquistar aquele coraçãozinho frágil? – relatava ele. – Eu? Um gigante a quem todos temem e querem ver longe!? Confiei, então, esses meus profundos sentimentos a Dóris, mãe de Tétis, que me tranquilizou prometendo uma maneira para que Tétis se apaixonasse por mim e, assim, evitar a guerra que eu ameaçara fazer contra os deuses.
Foi, então, numa noite, que uma ninfa se aproximou dos meus tenebrosos aposentos dizendo, na sua voz melodiosa, que vinha em nome de Dóris e que me trazia a prometida solução.
A ninfa ergueu os seus braços na minha direção e mostrou-me um pequenino frasco de cristal. Peguei nele, examinei-o cuidadosamente e, nisto, a pequena ninfa partiu.
Não havia um rótulo ou algo que me indicasse quais seriam os efeitos do líquido lilás que o frasco continha, mas a mensagem que Dóris me havia deixado era bastante clara; aquela era a minha última e única esperança.
Sem pensar mais no assunto, desenrosco a abertura do frasco e bebo todo o líquido de um só golo.
Comecei por sentir um pequeno enjoo. Depois, estava tudo a andar à roda; perdi por completo a noção do tempo e quando finalmente já estava a sentir-me um pouco melhor e as tonturas começaram a desaparecer, notei que estava diferente: os meus cabelos grisalhos estavam agora limpos e brilhantes, as minhas barbas negras e compridas haviam desaparecido, a expressão carregada nos meus olhos também desaparecera e os meus dentes amarelados mudaram drasticamente para um branco exagerado. A poção transformara-me num jovem e bonito tritão e eu estava preparado para conquistar Tétis.
E foi isso que aconteceu. O meu novo visual chamou de imediato a sua atenção e logo Tétis se apaixonou profunda e verdadeiramente por mim – concluiu Adamastor.
Hoje, vivem juntos e felizes, a governar os mares da costa africana. Mares esses que antes todos temiam e agora veem como uma marca de esperança. Afinal, Adamastor nunca deixou de acreditar no que lhe parecia impossível.

Maria Beatriz Carmo, 9.ºD

                                                                                                                                         

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