Vamos ler outra
história sobre o Adamastor e Tétis…à luz da Maria Beatriz Carmo
O
olhar assustador e zangado de Adamastor dera lugar a uma expressão serena e
apaixonada assim que começou a relatar a primeira vez que avistara Tétis.
Descrevia
cada pormenor da sua face, da sua beleza e perfeição e como se apaixonara de
imediato pela bela deusa.
-
Mas como poderia eu conquistar aquele coraçãozinho frágil? – relatava ele. –
Eu? Um gigante a quem todos temem e querem ver longe!? Confiei, então, esses
meus profundos sentimentos a Dóris, mãe de Tétis, que me tranquilizou
prometendo uma maneira para que Tétis se apaixonasse por mim e, assim, evitar a
guerra que eu ameaçara fazer contra os deuses.
Foi, então, numa noite, que uma ninfa se aproximou dos meus tenebrosos aposentos
dizendo, na sua voz melodiosa, que vinha em nome de Dóris e que me trazia a
prometida solução.
A
ninfa ergueu os seus braços na minha direção e mostrou-me um pequenino frasco
de cristal. Peguei nele, examinei-o cuidadosamente e, nisto, a pequena ninfa partiu.
Não
havia um rótulo ou algo que me indicasse quais seriam os efeitos do líquido
lilás que o frasco continha, mas a mensagem que Dóris me havia deixado era
bastante clara; aquela era a minha última e única esperança.
Sem
pensar mais no assunto, desenrosco a abertura do frasco e bebo todo o líquido
de um só golo.
Comecei
por sentir um pequeno enjoo. Depois, estava tudo a andar à roda; perdi por
completo a noção do tempo e quando finalmente já estava a sentir-me um pouco
melhor e as tonturas começaram a desaparecer, notei que estava diferente: os
meus cabelos grisalhos estavam agora limpos e brilhantes, as minhas barbas
negras e compridas haviam desaparecido, a expressão carregada nos meus olhos
também desaparecera e os meus dentes amarelados mudaram drasticamente para um
branco exagerado. A poção transformara-me num jovem e bonito tritão e eu estava
preparado para conquistar Tétis.
E foi isso que aconteceu. O meu
novo visual chamou de imediato a sua atenção e logo Tétis se apaixonou profunda
e verdadeiramente por mim – concluiu Adamastor.
Hoje, vivem juntos e felizes, a
governar os mares da costa africana. Mares esses que antes todos temiam e
agora veem como uma marca de esperança. Afinal, Adamastor nunca deixou de
acreditar no que lhe parecia impossível.
Maria
Beatriz Carmo, 9.ºD
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