Olhos
postos na terra, tu virás
no
ritmo da própria Primavera,
e
como as flores e os animais
abrirás
as mãos de quem te espera.
Eugénio de Andrade
Depois
do Inverno, morte figurada,
A
Primavera, uma assunção de flores.
A
vida
Renascida
E
celebrada
Num
festival de pétalas e cores.
Miguel Torga
Já
se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto
nos seus húmidos vapores,
A
fértil Primavera, a mãe das flores
O
prado ameno de boninas veste.
Varrendo
os ares o subtil Nordeste,
Os
torna azuis: as aves de mil cores
Adejam
entre Zéfiros e Amores,
E
toma o fresco Tejo a cor celeste.
Vem,
ó Marília, vem lograr comigo
Destes
alegres campos a beleza,
Destas
copadas árvores o abrigo.
Deixa
louvar da corte a vã grandeza:
Quando
me agrada mais estar contigo
Notando
as perfeições da Natureza!
Poema "Convite a Marília" de
Manuel Maria Barbosa du Bocage, in Sonetos
Sem comentários:
Enviar um comentário