Tudo começou no dia 14 de fevereiro em casa do meu avô, um
monge guerreiro. No seu leito de morte deu-me um acordeão com poderes mágicos.
Este acordeão tinha a forma de um paralelograma e era vermelho às riscas
douradas. Se eu tocasse um dó agudo ele conceder-me-ia um desejo.
Então, eu toquei
um dó agudo e desejei ser mágico, porque era um sonho que tinha desde a infância.
Depois de muitas subidas ao palco, um outro mágico perguntou-me se eu queria ir
a uma convenção de magia, e eu, sem problemas, aceitei.
Durante a
viagem adormeci e quando acordei estava no inferno, com o diabo à minha frente.
Foi então que percebi que o mágico que me convidara era o diabo disfarçado. Ele
queria saber onde eu tinha o acordeão, mas eu fingi que não o tinha ouvido.
Então, o diabo contou-me as inúmeras batalhas que travara contra o meu avô para
chegar ao acordeão.
De repente,
ele prendeu-me os pés e eu, que tinha o acordeão escondido atrás das costas,
toquei um dó agudo e desejei ir para o céu, para junto dos anjos.
No céu, juntei-me
aos anjos para combater as criaturas do submundo, mas depois de uma batalha
intensa, o meu exército saiu derrotado, sendo eu o único sobrevivente.
No momento
final, estávamos frente a frente e o diabo pediu-me brutamente o acordeão. Não
vi outra alternativa senão usar a minha astúcia. Subitamente, surgiu-me a ideia
de utilizar o velho truque que o meu avô me ensinara. Entreguei ao diabo uma
bomba disfarçada de acordeão, que explodiria assim que ele tocasse o dó agudo. Comecei
a correr, para não ser apanhado pela explosão, mas o diabo, desejoso de poder,
tocou o dó agudo e a explosão foi tão forte que acabou com ele e transportou-me
de volta ao mundo dos humanos.
Nesse mesmo dia,
fui à campa do meu avô e enterrei o acordeão junto a ele, pois nunca mais
precisaria de o proteger. A partir daí tudo foi diferente, tinha dinheiro, mas
já não tinha o acordeão nem o meu avô.
Nuno Miguel Baptista Guerreiro, 6ºC
Sem comentários:
Enviar um comentário