I Parte
Numa visita de estudo às Catacumbas,
seguia no autocarro ao lado da minha amiga Rita.
Quando chegamos ao nosso destino, saímos
do autocarro e eu escorreguei,
empurrando a Rita que caiu redonda no chão. Aleijada a Rita, culpo-me, amuando
perante mim. Dentro do edifício, ela
andava a 2 metros de mim enquanto os outros caminhavam 2 a 2 de mãos dadas. De
seguida entrámos numa porta grande e escura, que parecia a porta de um castelo.
Lá dentro estava tudo escuro, mas iluminado por velas a cada 3 passos.
Não se percebia
bem o que lá havia, mas a nossa guia explicou-nos o que era e como funcionava.
À primeira vista
aquilo parecia apenas um túnel cheio de buracos na parede, mas quando chegamos
a uma parte só se viam esqueletos enfiados nas suas gavetas. Eu assustei-me mas
como não tinha ninguém ao meu lado para abraçar até passar o medo, fechei os
meus olhos.
Seguida
pela voz, caminhava sem saber por onde ia, até que a professora anunciou que
íamos fazer uma pausa num lugar claro, com luz. Quando estávamos prestes a
chegar, abri os olhos e reparei num
brilho que quase me encandeava. Curiosa voltei atrás para ver o que era. O brilho
vinha da mão de um cadáver. Aproximei-me, já sem medo, e só com uma mão puxei e
arranquei-lhe o braço esquerdo.
II Parte
O brilho que se via de longe era um anel de
diamante que brilhava entre o escuro da caverna e a clareza da luz das velas.
Cheguei a pensar que se desse o anel à Rita ela me perdoaria e ficasse tudo
bem. Depois pensei melhor e decidi limpar o anel primeiro, porque senão
arriscava-me a que ela cheirasse o anel e este cheirava a morto.
Comecei a limpar o anel, mas à medida que o
limpava a turma ia se afastando cada vez mais. Como a Rita era o meu par, ela
tinha de esperar por mim, mas já estava aborrecida de tanto esperar e por isso
gritou:
-Estou farta de esperar por ti aqui! Mas
afinal o que estás a fazer?
-Tem calma que já vais ver- disse eu.
Quando finalmente acabei de limpar,
enrolei o anel num bocado de papel que
guardava na mala e depositei-o nas mãos de Rita, que me olhou estupefacta.
-Porque me deste este bocado de papel
amachucado?!- perguntou ela.
-Abre e verás!- respondi-lhe.
Então ela abriu-o
com o maior desinteresse e, de repente, o olhar dela encheu-se de brilho e
emoção:
-Que anel mais lindo!…É para mim?- perguntou
ela.
-É sim, Rita,
e desculpa ter-te empurrado. Eu acho que estava com tanta pressa que me
esbardalhei em cima de ti.
Depois de
termos feito as pazes, andamos em direção à turma, mas não vimos ninguém e pensámos
que estávamos perdidas. Como tínhamos medo de nos perder mais, ficamos no mesmo
sítio… quando ouvimos a professora a gritar pelos nossos nomes, preocupada:
-Ana, Rita, onde
é que vocês estão, meninas?
Foi aí
que os nossos rostos se encheram de tanta alegria que até respondemos em sintonia:
-Aqui,
professora, estamos aqui!
A nossa guia e a professora vinham à frente
com uma multidão de alunos atrás. No meio da conversa, a professora perguntou:
-O
que aconteceu?
Contamos-lhe a história e, no fim, a professora
sorriu…
Adorei o teu conto, Ana. Já sou tua fã. Obrigada pela partilha da tua criatividade, onde desenhas histórias encantadoras na nossa mente. Beijinho.
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