Um livro na prisão
Numa cela, pequena, mal
cheirosa, fria e sem luz, está um livro. Um livro nas mãos do seu leitor,
devorando as suas páginas, lendo, frase por frase, palavra por palavra,
deixando para trás o pequeno espaço e esquecendo o frio, o mau cheiro, a falta
de luz, a solidão, entrando pelas portas do paraíso,
deixando-se levar pela magia das palavras. Que lindo que é, com o mar, com
ilhas e praias, com plantas perfumadas, com aves a voar e o sol a brilhar! Lá
vai o prisioneiro, preso no mundo das letras, navegando neste grande mar de
palavras, voando com as frases no ar! Estava noutro mundo, debaixo de outro
céu, num mundo de magia, de emoção...
Eram horas de almoço e, caminhando
lentamente com as algemas na mão, o guarda chegou à cela do prisioneiro e ficou
encantado com o que viu, pois nunca tinha visto um prisioneiro tão contente,
apenas com um simples livro nas mãos. Então, sem o querer interromper,
observou, silenciosamente, como o leitor se esquecia do sítio onde estava, como
se deixava levar. É a magia! A magia do livro; como um simples objeto pode
influenciar as pessoas, deixando-as na fantasia… Um livro, um objeto mágico,
uma coisa fabulosa. Quando alguém pega num livro, vai para outro mundo. Para a
guerra, para o paraíso, para o deserto, para uma outra fantasia…quando alguém
pega num livro, fica enfeitiçado. Enfeitiçado pelo feitiço das palavras.
Pedro Ferreira, 7.ºA
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