domingo, 29 de maio de 2011

fui sabendo de mim


Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia

pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia

fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei

eu vi
a árvore morta
e soube que mentia

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

terça-feira, 10 de maio de 2011

viagem de 360 graus



Os alunos do 1º C da Escola da Estação partiram à descoberta da cidade, através de uma visita à Torre de Tavira. Numa viagem de 360 graus viram o rio Gilão e as pontes que o atravessam. Entre os telhados descobriram as torres das igrejas e observaram quem passeava pelas ruas e jardins, tudo em tempo real.
Através da palavra, viajaram no tempo enquanto escutavam a Lenda da Moura do Castelo, e muitos foram os valentões que se candidataram para a ir desencantar.

A Câmara Obscura funciona com o princípio óptico utilizado por Leonardo Da Vinci, e é como uma grande janela sobre a nossa cidade.
Quem quer ir espreitar?


ser bom aluno, bora lá?



A Biblioteca Escolar vem por este meio informar toda a Comunidade Educativa que no dia 18 de Maio de 2011, pelas 10h15m, o Dr. Jorge Rio Cardoso, autor do livro: “Ser bom aluno, bora lá?”, realiza uma palestra no auditório da Escola Básica D. Manuel I.
Esta iniciativa deve-se ao convite da Biblioteca Municipal Álvaro de Campos e está aberta a toda a Comunidade Educativa.

Esperamos por ti!!!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

imensos caminhos

Porque ser LEITOR é uma brincadeira muito séria...e os caminhos pelos quais se chega à leitura são imensos...
Aqui ficam alguns trabalhos dos alunos do 5ºD, resultado da visita de estudo à Biblioteca José Saramago, de Beja.
















quarta-feira, 4 de maio de 2011

Na morada do tempo...

"Na morada do Tempo" é um projecto através do qual as crianças são convidadas a fazer uma viagem por um bosque onde vão encontrar diferentes árvores como metáforas do "Nascer" até ao "Nós". Enquanto a árvore dos "Ecos" simboliza a memória, a identidade, a árvore dos "Sonhos" representa o ciclo do crescimento, a partir da qual e depois de passar por outras etapas, se chega às árvores da "Palavra" e dos "Nós", enquanto elementos de relação com os outros.




















domingo, 1 de maio de 2011

às mães, de todos



Quando Eu For Pequeno

Quando eu for pequeno, mãe,
quero ouvir de novo a tua voz
na campânula de som dos meus dias
inquietos, apressados, fustigados pelo medo.
Subirás comigo as ruas íngremes
com a certeza dócil de que só o empedrado
e o cansaço da subida
me entregarão ao sossego do sono.

Quando eu for pequeno, mãe,
os teus olhos voltarão a ver
nem que seja o fio do destino
desenhado por uma estrela cadente
no cetim azul das tardes
sobre a baía dos veleiros imaginados.

Quando eu for pequeno, mãe,
nenhum de nós falará da morte,
a não ser para confirmarmos
que ela só vem quando a chamamos
e que os animais fazem um círculo
para sabermos de antemão que vai chegar.

Quando eu for pequeno, mãe,
trarei as papoilas e os búzios
para a tua mesa de tricotar encontros,
e então ficaremos debaixo de um alpendre
a ouvir uma banda a tocar
enquanto o pai ao longe nos acena,
lenço branco na mão com as iniciais bordadas,
anunciando que vai voltar porque eu sou
[pequeno
e a orfandade até nos olhos deixa marcas.

José Jorge Letria, in "O Livro Branco da Melancolia"