quinta-feira, 30 de janeiro de 2014


HOJE É DIA INTERNACIONAL DA NÃO-VIOLÊNCIA

O dia 30 de janeiro foi proclamado pela ONU como o dia da não-violência em homenagem a Mohandas K. Gandhi cujo assassinato ocorreu nessa data, em 1948, na Índia.
Trata-se de uma iniciativa voltada à educação para a paz, a solidariedade e o respeito pelos direitos humanos.
Gandhi, também chamado Mahatma (que significa "grande alma", "alma iluminada"), nasceu na Índia, em 1869.
Mahatma Gandhi foi um dos maiores líderes pacifistas da história, levando multidões a conhecer e a praticar o significado da não-violência, na sua luta pela independência da Índia. Certa vez, o líder indiano comentou: “Posso até estar disposto a morrer por uma causa, mas nunca a matar por ela!”.
Quando, em certos momentos, a violência começou a se manifestar entre os indianos, Gandhi praticou o jejum, por duas vezes, colocando em risco a sua própria vida, com o objetivo de sensibilizar os  seus seguidores a não fazer uso da violência.
Gandhi, após estudar direito na Inglaterra, foi trabalhar na África do Sul como advogado. Lá começaram as suas primeiras ações de protesto não-violento contra o racismo, baseadas na resistência pacífica e na não cooperação com as autoridades.
Ao fim de anos de luta, e depois de ter conseguido algumas melhorias para a comunidade indiana na África do Sul, decidiu voltar ao seu país de origem - a Índia - e lutar pela sua independência. O país era uma colónia do Império Britânico. Graças aos seus esforços, a Índia conquistou a independência em 1947.
Os procedimentos e as formas de luta que Ghandi propôs e utilizou eram manifestações pacíficas, diálogos, testemunhos, petições, marchas, jejuns, greves de fome, orações e cooperação com os mais oprimidos.
Gandhi teve grande influência entre as comunidades religiosas hindus e muçulmanas da Índia.
Apesar de ter sido indicado cinco vezes entre 1937 e 1948, o pacifista que enfrentou o poder da Inglaterra nunca recebeu o prémio Nobel da Paz. Décadas depois, no entanto, o erro foi reconhecido pelo comité organizador do prémio.
Entretanto, trabalhar pela cultura da Não-Violência nas escolas é objetivo fundamental da ONU, visando que as crianças e adolescentes possam aprender a valorizar princípios como o respeito, a tolerância, o diálogo e a solidariedade. A cultura da Paz faz-se nas pequenas ações do dia a dia.

In Imprensa


BIBLIOTECA DA ESCOLA DA ESTAÇÃO



Os alunos da turma A do 1º ano foram à biblioteca da Escola da Estação para ouvirem ler a história Todos no Sofá, escrita por Luísa Ducla Soares e ilustrada por Pedro Leitão.
Numa leitura partilhada, aqui e ali, todos leram as palavras escritas com as letras que já tinham aprendido na sala de aula. A leitura em voz alta foi salpicada a várias vozes com palavras como: rato, pato, vaca, burro…
Ao ritmo das rimas foram contando até dez, tantos quanto os amigos sentados no sofá. Por fim, foi a vez de contarem por ordem decrescente, todos juntos!


As turmas do 4º ano participaram no projeto Grandes escritores, pequenos grandes leitores, que este mês abordou a obra de José Saramago. Após o visionamento de um ppt biográfico e depois de escutarem a leitura de um excerto do livro As Pequenas Memórias, os alunos de todas as turmas ficaram a compreender melhor a distinção entre: nome, apelido, alcunha e pseudónimo. Saramago
Em simultâneo, esteve patente uma breve exposição de algumas obras do autor, onde se incluíram livros para adultos traduzidos noutras línguas, representando a importância e o reconhecimento de Saramago no mundo.

 A turma B do 4º ano foi à biblioteca escolar, na passada semana, para responder aos desafios que José Saramago foi lançando na sua obra A Maior Flor do Mundo.
“Vou ou não vou?” foi a questão a que alguns tiveram de responder. Disseram aos colegas onde iriam e qual o objetivo dessa caminhada, passeio, viagem…
“… poderás contá-la de outra maneira…” diz Saramago aos leitores. A proposta de contar a história por outras palavras, introduzir outros elementos, personagens ou escolhendo outro final foi o que fizeram a Joana, a Madalena, a Margarida e a Ana Paula.
Por fim, todos foram dizendo algo que fariam e que fosse maior do que eles mesmos, desde proteger a Mãe Natureza; ajudar crianças com fome; cuidar dos idosos e doentes, até aos grandes jogos de futebol dos campeões do 4º B, tudo foi permitido. Afinal, os sonhos são sempre grandiosos.

domingo, 26 de janeiro de 2014



É fim de semana e os nossos meninos já têm algum tempo para enviar os seus textos. Desta vez, recebemos o texto da Maria Beatriz Carmo, do 9.ºD, que criou um belíssimo texto narrativo a partir da imagem da menina no lago. Toca de olhar lá para baixo, localizar a imagem e, sobretudo, o texto da Maria.

sábado, 25 de janeiro de 2014

E chegou à ”redação” um outro texto que nasceu da observação da imagem publicada um pouco mais abaixo (a menina junto ao lago…). Eu afirmei que haveria lugar a reflexões “filosóficas” e pensamentos mais profundos! Então desçam os olhos até à imagem e façam  o favor de ler o texto da Carolina André, do 9.ºD. ( Voando com a imaginação. Está aí em baixo…vá lá!)
A Rapariga que Roubava Livros

Plano Nacional de Leitura

Livro recomendado para o 9.º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada 
Grau de Dificuldade II

Agora podes ver o filme inspirado no livro.





Liesel Meminger é uma menina de nove anos que vive em Munique com a sua família adotiva, durante os difíceis anos da Segunda Grande Guerra. Ensinada a ler por Hans, o seu novo pai, ela entrega-se aos livros que rouba e que vai partilhando com os seus amigos e vizinhos. E é assim que nasce uma amizade profunda com Max, um jovem judeu que vive escondido na cave de sua casa e que, tal como ela, se refugia na literatura para escapar à dura realidade. Mas, um dia, ele é obrigado a partir, deixando Liesel mergulhada em desespero.

Narrado pela voz da morte, um filme dramático realizado por Brian Percival (conhecido pelo seu trabalho nas séries “Norte e Sul” e "Downton Abbey") que se baseia no livro homónimo do australiano Markus Zusak. Aclamado pelo público e pela crítica, o romance permaneceu 375 semanas na lista de "best-sellers" do "New York Times". No elenco surgem os atores Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson e Nico Liersch, entre outros.

Críticas de imprensa

"Zusak não só cria uma história original e enfeitiçante, como escreve com poesia… Uma narrativa extraordinária."
School Library Journal

"Uma narrativa absorvente e marcante."
Washington Post

"Brilhante… É um daqueles livros que podem mudar a nossa vida…"
New York Times

"Inquietante, desafiante, triunfante e trágico… Um livro de grande fôlego, escrito de forma soberba… É impossível parar de o ler."
Guardian

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014


VOANDO COM A IMAGINAÇÃO


Os alunos do 9ºD gostam muito de escrever. Que pena o programa de Português não permitir que estes jovens escrevam com mais frequência! Temos que cumprir as metas…as metas. Por vontade deles, passavam todas as aulas a escrever. Escrita criativa e lúdica. E eu adorava que isso fosse possível! A última proposta deu-lhes a oportunidade de darem asas à imaginação. A partir de uma imagem podiam escrever o que quisessem: descrever a imagem, encarnar o papel da jovem que surge nela, penetrar nos seus pensamentos, ser um mero narrador observador e criar uma história a partir da imagem… ou esta ser apenas um pretexto para reflexões de carácter mais “filosófico”. A Mariana Sousa já enviou o seu texto. Espero que os outros alunos  o façam também. É muito enriquecedor este momento de partilha. Ficamos a aguardar.



Eis a imagem a partir da qual os alunos redigiram os seus textos.

É uma vasta tristeza e solidão.
Sozinha e com frio, no entanto, preocupando-se com um bem menor do que a sua frágil estrutura.
O frio é tão psicológico como todos os problemas e questões existenciais da nossa passagem terrena.
Será que naquele ambiente negro, a sua mente encontrar-se-á no mesmo estado?
Será que a rapariga em questão só quer ficar à deriva?
Perguntar-se-á, olhando para toda aquela sensação de infinito proporcionada pela natureza, que a existência dela representa um grão de areia?
Suponho que seja uma questão de perspetiva; e é tão triste olhar para uma pessoa e apercebermo-nos que nunca a iremos conhecer, que tudo o que ela pensa ou realmente diz, não é dito.
Isso leva-me a afirmar que a existência é dolorosa e sofredora. “Sem dor não poderíamos reconhecer o prazer” disse John Green, mas não devia o sofrimento ser uma passagem ainda menor que a vida, um mero fôlego? Voltar ao caminho que é a felicidade e existir, realmente, é muito mais complexo do que se pensa. Existir é muito mais difícil do que nascer. “Como irei sair deste labirinto?” é só uma das muitas questões sofredoras a que nos proporcionamos, a dado ponto da nossa vida. Depressa e a direito, tinham-me dito. Mas a verdade é que está completamente errado. Perdoando. Seguindo. Sobrevivendo. Saindo de um canto do labirinto e vaguearmos; e aposto que foi isso mesmo que ela fez. Vagueou até ali ir parar.
A vida é a maldita “Grande Incógnita”. Não é a morte, nem o que vem depois, porque de facto é só morrer. Fechar os olhos. A morte não é eterna. A morte é morrer e depois virá outra maneira de estar; a “Grande Incógnita” é a iluminação e aprendermos que nada saberemos sobre nós, nem o que vem a seguir. A “Grande Incógnita” é saber não desvalorizar o passado, nem tornar o futuro expectante. É termos consciência que tudo tem de estar interligado para nós fazermos sentido.
Para sobreviver precisamos de procurar um sentido para tal e é isso que ela está a fazer. Está a refletir, sozinha, sem outras pessoas para a influenciarem na sua escolha.
Concluo que a reflexão é a base da existência. Por exemplo, as últimas palavras de Thomas Edison foram: “Ali é bonito”; sabemos que é bonito, mas será que chegámos ao ali?
Carolina A./ 9ºD

O lago das promessas

Quando era mais nova, a história que eu mais gostava de ouvir era o conto do “Lago dos Cisnes”.
Da imensidão de livros empilhados na prateleira do meu quarto, pedia sempre que me lessem essa mesma história, pois mais nenhuma me afastava os pesadelos e me fazia sonhar como se já não fosse acordar mais.
Esse livro já era da minha tia Elena, que, como não teve filhos, ofereceu-mo a mim. Essa é uma das razões por que gostava tanto dele. Alastrava-se um cheirinho a livro antigo sempre que a minha mãe abria a sua grossa capa para começar a lê-lo para mim e as suas esbeltas gravuras cheias de cor, fascinavam-me assim tanto como a bonita história de amor e harmonia.
Naquela altura tudo era mágico para mim. Vivia a sonhar com príncipes e princesas, reis e rainhas, cisnes e unicórnios.
Um dia, numa tarde de inverno, regressava eu a pé da escola de mochila às costas, quando avistei em frente ao pequeno quintal da minha casa um carro vermelho que me era familiar.
Era o carro da tia Elena!
- A madrinha está cá! – exclamei.
E corri o mais depressa que consegui, entre a neve amontoada que o nevão da noite passada havia deixado nas ruas da pequena aldeia.
Ao chegar a casa, corri assim que pude para os braços da minha tia que me esperava, junto dos meus pais, para um delicioso lanche em família.
A tia Elena era a pessoa de que eu mais gostava. Apesar de a ver apenas uma ou duas vezes por ano, ou às vezes nem isso, ela nunca se esquecia de mim: enviava postais quando ia viajar, telefonava quando podia, mandava um presente quando não podia estar presente no meu aniversário. Desde que me lembro as semanas com ela eram sempre as mais divertidas.
Mas desta vez, uma coisa foi diferente. A despedida.
Quando cheguei a casa naquela sexta-feira, as suas malas já estavam à porta. Despedir-me da minha tia sempre foi muito difícil, mas desta vez senti um nó que me apertada a garganta e mal conseguia falar.
Ela apareceu no corredor e pediu-me que não descalçasse as botas:
-Quero mostrar-te uma coisa antes de partir – disse ela.
Nisto pegou-me na mão e abriu a porta. Eu segui-a sem hesitar. Atravessámos a minha rua e dirigimo-nos para a direção oposta ao centro da pequena aldeia. Entrámos, então, num bosque para onde eu jamais estaria autorizada a ir sozinha. A neve começara a cair, vestindo as árvores de branco. Mas eu não sentia medo. Senti de imediato uma alegria, espanto. Um bosque, pensava eu. Aqui, tão perto de mim? Assim como o bosque do conto do “Lago dos Cisnes”! Andámos mais um pouco e, por fim, a tia Elena parou, mesmo em frente a um pequeno lago. Assim como o da história.
Olhei a minha tia, boquiaberta. Ela sorria como nunca a tinha visto sorrir. Como teria descoberto aquele lugar maravilhoso?
-Quando eu e o teu pai éramos mais novos, íamos brincar para um parque quando vínhamos da escola. Esse parque tinha um lago como este. – Disse, sem tirar os olhos do pequeno lago.
- Esse lago tinha cisnes? – perguntei.
- Não - disse, rindo um pouco – mas, sempre que lá ia, levava comigo a esperança de ver lá um. Lá, havia patos.
- Patos? – Espantei-me.
- Sim. Eu guardava um pouco da merenda que levava para a escola para os alimentar.
- E achas que aqui poderá haver patos ou cisnes? – perguntei.
- Humm! Acho que não, querida – disse, ajoelhando-se e olhando-me nos olhos – mas se algum dia vires um aqui, vais lembrar-te de mim, está bem?
- Está bem. – prometi.
Voltámos para casa em silêncio. Eu maravilhada com tudo o que acabara de ver e a minha tia com o ar triste comum, do dia da despedida. Eu bem sabia o porquê de ela ficar sempre assim. A tia Elena escolhera uma profissão arriscada: tornou-se hospedeira de bordo. Foi uma escolha contra a vontade do meu pai, mas era o desejo dela desde pequena. Por isso, mesmo a muito custo, apoiou-a na sua decisão. Mas eu não pensava nisso.
- Será o nosso pequeno segredo – disse, piscando-me o olho antes de chegarmos a casa.
Depois daquele dia, comecei a ir sempre àquele lugar. Nunca dissera a ninguém que ia lá todos os dias. Aquele lugar era meu e da tia Elena, não fazia sentido partilhá-lo com mais alguém. No entanto, passou o inverno, depois veio o verão e nem sinal de patos ou cisnes no lago. Nos dois anos seguintes, a tia não conseguiu vir visitar-nos. Acabei por desistir de lá ir. Desisti de acreditar, de guardar parte da minha merenda para os patos que esperava encontrar no lago, mas que, de facto, nunca apareceram.
Até que chegara um novo inverno e com ele uma notícia inesperada. Havia eu chegado a casa. A minha mãe abriu-me a porta com uma expressão que até então me era desconhecida, mas não fiz perguntas. Ajudou-me a tirar o casaco, o cachecol e as botas. Pegou-me na mão e levou-me até à sala. Ordenou que me sentasse e fez-me prometer que fosse forte. Acenei afirmativamente com a cabeça, sem perceber o que se estava a passar. Por fim, colocou-se de joelhos à minha frente, pegou nas minhas mãos e olhando-me nos olhos disse, gaguejando:
- A tua tia Elena…oh querida! Ela…ela partiu.
Petrifiquei naquele momento a tentar digerir aquela recente informação. Todas as memórias com ela passaram diante dos meus olhos. Eu não queria acreditar, eu não conseguia acreditar no que acabara de ouvir.
- Não! – gritei, levantando-me bruscamente. – Não pode ser! A tia Elena não!
- Ó minha querida, não sei o que te hei de dizer! – disse-me, levantando-se também.
As lágrimas começaram a escorrer-me do rosto e o mesmo aconteceu com a minha mãe. A tia Elena era como uma irmã para ela.
- O lago! – lembrei-me de repente. E nisto, corri para o corredor, calcei as botas, vesti o casaco, pus o cachecol em volta do pescoço.
- Mas onde vais tu? – perguntava a minha mãe.
- Tenho de me despedir da tia Elena – respondi, saindo de casa.
Limpei as lágrimas do rosto e fui o mais depressa que conseguia, correndo entre a neve amontoada no caminho. Tal como no dia da despedida começara a nevar. Estava quase a chegar ao lago quando de repente ouvi…
- Quaquá.
Parei assustada. O barulho parecia ter parado, mas depois ouvi:
- Quaquá, quaquá, quaquá.
Lá estava o barulho outra vez!
-Quaquá, quaquá.
Nem queria acreditar quando vi de onde vinha o barulho: do lago. Estavam patos no lago! Não dois, nem três. Eram pelo menos uma dúzia de patos que brincavam alegremente no pequeno laguinho.
Aproximei-me devagar para não os assustar e sentei-me junto do lago a contemplá-los.
- Tia Elena – disse olhando para o céu escuro que ameaça uma tempestade.
Retirei um pouco de pão seco que se encontrava no bolso do meu casaco e aqui estou eu, num dia frio de inverno, no meio de um bosque, junto ao lago agora habitado por um bando de patos que alimento, enquanto penso em quem já não volta.

Maria Beatriz Carmo, n.º 17, 9.ºD

Cristais que caem no meu rosto. Que gélido!
Um animal voador apega-se a mim. Precisará ele de aconchego? Que querido e mansinho que é! Volto no dia seguinte com comida. Tive pena do bichinho, pobrezinho! Dou-lhe um bocadinho ao seu biquinho e não é que vêm mais uns dez bichanos pôr-se à minha volta? Parecem pombos robustos! Mas eu já vi um pombo, e não são assim… talvez seja uma espécie desconhecida! Quem sabe?!...
Parecem tão felizes no seu laguinho! Queria voar! Bem. Não é bem o ato de voar. Queria… ser livre! Claro que nós, humanos, precisamos sempre de alguém que nos guie por um caminho. Já decidi! Quando for grande quero voar, mas voar sobre os meus pensamentos, voar sobre a ilusão.
Corro de imediato para casa a tentar mexer os braços o mais rápido possível. Não resulta! Deito-me e subitamente caio num sono mais profundo que o oceano e começo a voar. Sem asas, sem penas, só voo pelo mundo fora. Vou até às estrelas e regresso e nesse exato momento a minha mãe diz-me:
- Vem, filha, que o almoço está pronto!


Voo só pelo cheirinho.


Mariana Sousa, n.º 18, 9ºD


Fazer ao calhas
não é uma solução
mas sim o início
de uma confusão.

A vida tem que se aproveitar
porque para sempre
ela não vai durar.

Toda a gente
começa uma confusão
ou é por nada
ou por um pedaço de pão.

Toda a gente quer
dinheiro e imortalidade
mas eu só quero
paz e humildade.

A vida ensinou-me
a viver, a sorrir, a sonhar
mas especialmente
a amar.

Podes-me dar tudo e
eu vou negar
porque é com os
amigos e familiares que quero estar.



Mariana Mêda nº20, 6ºD


TRABALHOS REALIZADOS PELOS ALUNOS DO 6.º B





A AMIZADE

Na minha opinião, a amizade é, no fundo, uma relação entre duas ou mais pessoas. Esta relação consiste em ser generoso, presente, leal e honesto. Vou dar-vos alguns exemplos.
Imagina que uma amiga tua te empresta a sua camisola preferida. Tu sujas essa camisola e, na máquina de lavar, esta encolhe. Neste caso, tu podias comprar uma igual e fingir que nada aconteceu, podias entregar-lhe a camisola como estava e dizer que já estava assim, e muito mais. As hipóteses eram infinitas mas, apenas uma, é digna de alguém leal e honesto: davas a camisola, confessando o teu erro e pedindo desculpa.
Outro exemplo: tu e o teu amigo estão a jogar à bola e a bola, com o xuto do teu amigo, vai parar à casa do vizinho deste. Esta acerta no carro, que estava na garagem e deixou marca. O teu amigo vai tentar recuperar a bola e tu, por pior que fosse o momento, és um amigo presente e vais apoiá-lo. Bem que podias fugir ou dizer ao vizinho que a culpa não era tua nem do teu amigo, ou que a bola não lhes pertencia.
É hora do lanche e tu e a tua amiga estão esfomeadas. Tu tinhas trazido um lanche de casa e a tua amiga não. Neste caso, as hipóteses eram duas. Se fores generoso, repartes o lanche. Se não fores, comes tu o lanche todo. Como  tu és generosa, repartes o lanche com a tua amiga.
Isto sim é a amizade: lealdade e honestidade, presença, generosidade e muito mais.

Matilde Garcia
N.º 20, 6.º B
10/01/2014






A amizade

A amizade é a confiança
De termos alguém ao nosso lado
Os amigos são a esperança
De um coração confortado.

Ter um amigo é um tesouro
O maior que um homem pode ter
Não há riqueza nem ouro que os faça perder.

A sinceridade é a base da amizade
Qualquer amigo que diga o que pensa
Temos que aceitar com toda a bondade
Não pode ficar nenhuma ofensa.






Raquel Silva
Nª24, 6.ºB




A amizade é divertida!
Serve para brincar e ajudar
Quem não quer ser amigo
Não brinque comigo!

Brincar e dialogar
É uma forma de amar
Entre amigos muito fazemos
Sobretudo conversar.

Ser fiel é muito importante
Ser confidente ainda mais.
Contudo devemos respeitar
Os nossos laços fraternais.

Devemos crescer com bondade.
Com amor no coração.
O lema da amizade!
É oferecer até mais não…

Ajudar o próximo é sempre bom.
Não pensar só em mim.
Dar ao amigo um bombom.

Ser solidário é importante
Ajudar o próximo é gratificante
Quando amor oferecemos
Amor recebemos!

 Ana Laura dos Reis José Silva
6ºB, n.º2



Era uma vez uma menina chamada Maria José, cujo sonho era ser jogadora de futebol. Por isso toda a gente lhe chamava Zé. Ela gostava muito de competir com tudo o que era rapazes, pois vestir saias e pôr lacinhos não era para ela.
Já toda a gente se começava a aperceber de que ela gostava sempre de ganhar, fosse ao  que fosse, porque , caso contrário, ficava chateada com tudo e todos.
Às vezes até é muito egoísta com as pessoas,  mesmo com as da sua família.
Ela nunca tinha ouvido falar nas palavras AMIZADE e SOLIDARIEDADE, por isso não tinha amor por ninguém.
Quando ela se aproximava do campo de futebol mandavam-na embora, pois ela não se sabia comportar em frente aos rapazes só para demonstrar que era a maior.
-Posso jogar convosco?- perguntava ela já a entrar no campo.
-Não Zé, vai-te embora, desculpa eu estar a fazer-te isto, mas tu és egoísta e queres sempre ser o centro das atenções!-exclamou o Júlio.
Nesse dia, ela ficou muito triste e, quando chegou ao pé da mãe, começou a chorar e disse-lhe:
-Mãe, ninguém quer jogar comigo futebol.
-Porquê? E porque é que estás a chorar? -perguntou a mãe, preocupada.
-Estou a chorar porque hoje mandaram-me embora do campo de futebol, e disseram que eu não sabia o significado das palavras AMIZADE e SOLIDARIEDADE…
-Mas não sabes o que é a AMIZADE?
-Muito sinceramente, não!- sussurrou ela muito envergonhada.
-Eu explico-te: A AMIZADE é a relação afetiva entre as pessoas, e o relacionamento que estas têm de afeto umas com as outras, a AMIZADE não precisa de acontecer com pessoas iguais com os mesmos gostos e vontades, a AMIZADE é respeitar as pessoas como elas são e não tentar alterar a sua maneira de ser- respondeu a mãe com muita calma e paciência.
-Muito obrigada mãe, gosto muito de ti!
No dia seguinte, a Zé falou disto a todos os seus amigos, e pediu-lhes desculpa.
Eles aceitaram e tudo ficou bem, a Zé passou a ter necessidade de compreender os outros e ajudá-los e assim a menina percebeu o significado das palavras AMIZADE e SOLIDARIEDADE.
                                                            
 Miguel Carvalho 6ºB, n.º 21






                     Amizade
A amizade é...
Os amigos ou família estarem sempre connosco, nos nossos bons e maus momentos.
A paz entre todos; o carinho, os momentos e especialmente o amor que partilhamos.
Não fazer distinções entre as raças. Pois os nossos amigos podem ser brancos ou negros ou de outra raça qualquer.
Não sermos invejosos, nem interesseiros.
É tudo de bom que acontece entre amigos.


Maria Baioa 6º B, n.º 18


A Amizade

A amizade é algo muito importante, é um sentimento muito poderoso que ajuda a ver as coisas doutra maneira. É extremamente importante termos amigos porque estes ajudam-nos nos maus e bons momentos da nossa vida. Eu tenho duas amigas e sei que posso confiar totalmente nelas, posso contar-lhes segredos sem que elas falem com outras pessoas alheias aos mesmos. Estou sempre disposta a ajudar os meus amigos, quero que eles estejam sempre presentes na minha vida, muitos ou poucos não interessa, desde que sejam verdadeiros.



Adoro os meus amigos e os momentos que passo com eles.


Sara Pacheco Nº26, 6.ºB

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


RETRATO DO POETA QUANDO JOVEM

 Há na memória um rio onde navegam
 Os barcos da infância, em arcadas
 De ramos inquietos que despregam
 Sobre as águas as folhas recurvadas.

 Há um bater de remos compassado
 No silêncio da lisa madrugada,
 Ondas brancas se afastam para o lado
 Com o rumor da seda amarrotada.

 Há um nascer do sol no sítio exato,
 À hora que mais conta duma vida,
 Um acordar dos olhos e do tato,
 Um ansiar de sede inextinguida.

 Há um retrato de água e de quebranto
 Que do fundo rompeu desta memória,
 E tudo quanto é rio abre no canto
 Que conta do retrato a velha história.

José Saramago





quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


A CENSURA EXISTE EM TODO O LADO

Eu acho que a censura existiu sempre e provavelmente vai existir sempre. Porque a censura para o ser não necessita de ter claramente uma porta aberta com um letreiro, onde se diga que ali há pessoas que leem livros ou vão ver espetáculos. Não! A censura existe de todas as maneiras, porque todas as pessoas, nos diferentes níveis de intervenção em que se encontram, por boas ou más razões, selecionam, escolhem, apagam, fazem sobressair. E isso são atos de ocultação ou de evidenciação que, no fundo, em alguns casos, são atos formais de censura.
(Quanto à censura oficial dos tempos de ditadura) Aquilo que a censura demonstrou e demonstra, em qualquer caso, é que felizmente os escritores, dependendo das situações em que se encontram, são muito mais ricos de meios, de processos de fazer chegar aquilo que querem dizer aos outros, do que se imagina. Evidentemente, numa situação de censura, o escritor é obrigado a usar a escrita para comunicar isto ou aquilo ou aqueloutro, de uma maneira disfarçada, subterrânea, oculta; mas o que é importante não é que a censura o esteja a obrigar a fazer isso. O que é importante é que ele seja capaz de o fazer. E isso não vai em abono da censura como agente capaz de estimular a criatividade de um escritor, vai, sim, no sentido de reconhecer no escritor capacidades de expressão que ele usará ou não consoante a situação concreta em que se encontre. Agora, se me pergunta: a escrita sai melhor de uma maneira ou sai de outra, eu diria que provavelmente alguns dos livros que escrevi numa situação de liberdade de expressão, provavelmente num regime de censura eu não pensaria em escrevê-los.


José Saramago, in "Diálogos com José Saramago"