LIVROS FRESQUINHOS…RECÉM - CHEGADOS À BIBLIOTECA
O CANTO DAS PALAVRAS Blogue das Bibliotecas Escolares Agrupamento de Escolas D. Manuel I - Tavira
quarta-feira, 30 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
ADAMASTOR…
UM FINAL DIFERENTE
Estávamos então em séculos longínquos que há
muito se dissolveram no tempo. Encontrando-se numa floresta de densa e
silvestre arvoredo subaquático, Adamastor, um dos mais temíveis gigantes da
terra que viera pela primeira vez ao mar, a convite de um tritão seu amigo, vê
lá ao longe a divindade Tétis, uma das mais belas deusas oceânicas que passeava
na companhia de amigas suas por entre corais e vieiras magníficas de um tamanho
surreal.
Adamastor, para tentar impressionar Tétis, propõe
a Milreu (o tritão que o acompanhava) para fazerem uma corrida de cavalos-marinhos,
e este aceitou. Com a mais alta e veloz cavalaria, o gigante terreno agrupa os
corredores em parelhas geometricamente organizadas, com o fim de se destacar
aos olhos da filha de Dóris. Ao soar de um canhão e com uma forte e densa
chicotada partem as quadrigas marítimas por estradas aquáticas até aqui
desconhecidas. No final, foi o fero Adamastor o vencedor honrado, que tanto
este prémio ambicionava.
Caído nos alvos braços de Tétis, aquele que do
pó nasceu acabava agora de se tornar no infante mais temido de todos os mares,
o protetor de Tétis.
Viveram, depois disto, num cristalino palácio
juntamente com as hierárquicas cortes, os senhores, os barões, condes e condessas
que aquela região subjugavam. Desta forma, um filho da poeira esvoaçante se
tornou num nobre deus infante servido por ninfas e valquírias em casas de
diamantes.
Tomás Bravo, 9.º C
sábado, 26 de abril de 2014
Adamastor…um final feliz
Adamastor, um gigante dos mares, que aterrorizava navegadores
portugueses no caminho para o Oriente, em África, num momento de fraqueza, acabou
por desabafar o seu amor por Tétis a Vasco da Gama. Tétis, filha da deusa dos
mares, era uma bela ninfa, mas nunca deu importância a Adamastor.
Este, por seu turno, sabia que, por ser feio e horrendo, nunca teria qualquer
hipótese com Tétis. Então, decidiu declarar guerra a Neptuno, como já tinha
compartido durante a guerra entre deuses e titãs. Um dia, viu-a a sair da praia,
nua, e logo a sua paixão despertou, e nunca mais sentiu maior paixão. Adamastor
acabou por informar Dóris, mãe de Tétis, sobre o seu desejo de conquistar a
ninfa através da guerra. Dóris contou à filha, e Tétis disse que um amor entre
uma ninfa e um gigante era impossível. Adamastor, já sem pensar na guerra, numa noite
prometida por Dóris, viu o rosto lindo de Tétis, sozinha e despida. Correu para
ela, beijando-a. Ele julgava abraçar Tétis, mas afinal era apenas um monte.
Adamastor abraçava o monte como se abraçasse Tétis, transformando-se num
penedo, o Cabo das Tormentas. O gigante, triste, abalado e furioso, partiu para
outros lugares onde encontrasse quem não se risse dele e do seu desgosto. Como
se não bastasse, Tétis cercava-o e envolvia-o nas suas águas, constantemente.
O que o gigante não esperava era que Tétis, num dia de sol
intenso, voltasse a rodeá-lo e a envolvê-lo nas suas águas, mas, desta vez,
tinha aparecido a Adamastor para lhe pedir desculpa e declarar-lhe todo o seu
amor. O monstro, incrédulo, interrogou Tétis sobre aquele amor tardio, e esta
defendeu-se alegando que sempre receava os comentários das outras deusas. Adamastor, feliz, correu para ela e beijou-a, mas
desta vez não era ilusão, era mesmo a bela ninfa, a sua amada Tétis.
Bruna Silva, 9.º C
sexta-feira, 25 de abril de 2014
«QUEM A TEM…»
Não hei de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
me queiram cego e mudo,
não hei de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Jorge de Sena (1956)
MÚSICA QUE
TRANSBORDA LIBERDADE
25 de Abril: a "playlist" de
Paulo de Carvalho 40 anos depois
Se o 25 de Abril fosse hoje, que
músicas sairiam à rua?
E no
Portugal democrático não falta música “corajosa”, a transbordar liberdade nas
letras e a denunciar o que nos aprisiona: o desemprego, a precariedade, a
ausência de futuro.
O desafio do
P3 foi esse mesmo: compor uma "playlist" para uma “revolução moderna”
(a expressão é nossa). Que músicas (e que músicos) fazem atualmente cantigas de
intervenção? Se o 25 de Abril fosse hoje, que sons sairiam à rua?
In P3
quarta-feira, 23 de abril de 2014
DIA MUNDIAL DO
LIVRO
Para
comemorar o Dia
Mundial do Livro, a biblioteca da escola da estação tem patente uma
exposição de livros novos, acabadinhos de chegar.
Há
muito que não recebíamos tão boas visitas, personagens que já conhecemos e
outras de quem só tínhamos ouvido falar… Vem conhecer as fantásticas aventuras
da nossa amiga Mimi,
as façanhas do Gerónimo
Stilton, o Senhor do seu nariz, histórias de animais e poemas
variados, tudo isto à tua espera na biblioteca.
Livros,
livros novinhos em folha!
OS LIVROS
Apetece chamar-lhes irmãos,
tê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par,
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.
Pela casa fora, José Jorge Letria
Levou-me um livro em
viagem
não sei por onde é que andei
Corri o Alasca, o deserto
andei com o sultão no Brunei?
P’ra falar verdade, não sei
Com um livro cruzei o
mar,
não sei com quem naveguei.
Com marinheiros, corsários,
tremendo de febres e medo?
P’ra falar verdade não sei.
Um livro levou-me p’ra
longe
não sei por onde é que andei.
Por cidades devastadas
no meio da fome e da guerra?
P’ra falar verdade não sei.
Um livro levou-me com
ele
até ao coração de alguém
E aí me enamorei -
de uns olhos ou de uns cabelos?
P’ra falar verdade não sei.
Um livro num passe de
mágica
tocou-me com o seu feitiço:
Deu-me a paz e deu-me a guerra,
mostrou-me as faces do homem
– porque um livro é tudo isso.
Levou-me um livro com
ele
pelo mundo a passear
Não me perdi nem me achei
– porque um livro é afinal…
um pouco da vida, bem sei.
O G é um gato
enroscado, João Pedro Mésseder
O
Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor (também chamado de Dia Mundial do
Livro) é um evento comemorado todos os anos no dia 23 de abril, e organizado
pela UNESCO para promover a o prazer da leitura, a publicação de livros e a proteção
dos direitos autorais. O dia foi criado na XXVIII Conferência Geral da UNESCO
que ocorreu entre 25 de outubro e 16 de novembro de 1952 .
terça-feira, 22 de abril de 2014
Fnac oferece contos inéditos de João Tordo no Dia Mundial do Livro
A Fnac
escolheu simbolicamente o Dia Mundial do Livro
para lançar o novo site da Estante, a nova revista para apaixonados por livros.
No site, e apenas
durante o dia de quarta-feira (dia 23), vão estar disponíveis quatro livros para download, entre os
quais dois contos inéditos e exclusivos de João Tordo e ainda os «Contos», de Eça de Queirós.
Amanhã,
exclusivamente, a FNAC vai permitir a todos os que visitem o novo site da
Estante, descarregarem quatro livros de forma gratuita:
- «Contos», de Eça de Queirós;
- «História Alegre de Portugal», de Manuel
Pinheiro Chagas
- «O Outro», conto inédito e exclusivo de João
Tordo
- «A Quinceañera», conto inédito e exclusivo de
João Tordo
O novo site da Estante
terá todos os conteúdos da revista impressa em formato digital e tem como
principal objetivo fazer chegar este novo mundo dos livros a toda a comunidade
lusófona, no ano em que se celebram os
800 anos da Língua Portuguesa (tema de capa da primeira edição da revista).
«O nosso objetivo,
hoje e sempre, é a promoção dos livros, da literatura portuguesa e da Língua
Portuguesa, tanto a nível nacional, como além-fronteiras. Não quisemos que este
projeto se ficasse apenas pelo papel porque a nossa intenção é que todos possam
ter acesso aos conteúdos originais da nossa Estante», explica Jorge Guerra e
Paz, responsável de Marketing e Comunicação Cultural da FNAC em Portugal.
A Estante é um projeto
pioneiro da FNAC a nível mundial, com periodicidade trimestral, e cuja primeira
edição (gratuita) já se encontra disponível em todas as FNAC do país.
Disponível a partir do
dia 23 de abril em www.revistaestante.fnac.pt
segunda-feira, 21 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
O VÍCIO DE
LER
O vício de
ler tudo o que me caísse nas mãos ocupava o meu tempo livre e quase todo o das
aulas. Podia recitar poemas completos do repertório popular que nessa altura eram
de uso corrente na Colômbia, e os mais belos do Século de Ouro e do romantismo
espanhóis, muitos deles aprendidos nos próprios textos do colégio. Estes
conhecimentos extemporâneos na minha idade exasperavam os professores, pois
cada vez que me faziam na aula qualquer pergunta difícil, respondia-lhes com
uma citação literária ou com alguma ideia livresca que eles não estavam em
condições de avaliar. O padre Mejia disse: «É um garoto afetado», para não
dizer insuportável. Nunca tive que forçar a memória, pois os poemas e alguns
trechos de boa prosa clássica ficavam-me gravados em três ou quatro releituras.
Ganhei do padre prefeito a primeira caneta de tinta permanente que tive porque
lhe recitei sem erros as cinquenta e sete décimas de «A vertigem», de Gaspar
Núnez de Arce.
Lia nas
aulas, com o livro aberto em cima dos joelhos e com tal descaramento que a
minha impunidade só parecia possível devido à cumplicidade dos professores. A
única coisa que não consegui com as minhas astúcias bem rimadas foi que me
perdoassem a missa diária às sete da manhã. Além de escrever as minhas tolices,
era solista no coro, desenhava caricaturas cómicas, recitava poemas nas sessões
solenes e tantas coisas mais fora de horas e de lugar que ninguém entendia a
que horas estudava. A razão era a mais simples: não estudava.
No meio de
tanto dinamismo supérfluo, ainda não entendo por que razão os professores se
interessavam tanto por mim sem barafustar com a minha má ortografia. Ao
contrário da minha mãe, que escondia do meu pai algumas das minhas cartas para
o manter vivo e outras mas devolvia corrigidas e às vezes com os parabéns por
certos progressos gramaticais e o bom uso das palavras. Mas ao fim de dois anos
não houve melhorias à vista. Hoje o meu problema continua a ser o mesmo: nunca
consegui entender por que se admitem letras mudas ou duas letras diferentes com
o mesmo som e tantas outras normas sem razão.
Gabriel García Marquez, in Viver para Contá-la
VÃO SER ANOS
DE SOLIDÃO
Morreu Gabriel García Márquez. Provocou um terramoto
com "Cem
anos de solidão" e volta a causá-lo agora que a doença o
venceu.
Nasceu na Colômbia e morreu no México.
Gabriel García Márquez, Nobel da Literatura em 1982, sofria de problemas
respiratórios há vários anos. Esta quinta-feira, aos 87 anos, já não resistiu.
Vão ser anos de solidão: não haverá mais livros novos dele para nos acompanhar.
Como não houve nos últimos 10 anos.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
ESTE LIVRO
Este livro.
Passa um dedo pela página, sente o papel
como se
sentisses a pele do meu corpo, o meu rosto.
Este livro
tem palavras. Esquece as palavras por
momentos. O
que temos para dizer não pode ser dito.
Sente o peso
deste livro. O peso da minha mão sobre
a tua. Damos
as mãos quando seguras este livro.
Não me
perguntes quem sou. Não me perguntes nada.
Eu não sei
responder a todas as perguntas do mundo.
Pousa os
lábios sobre a página. Pousa os lábios sobre
o papel.
Devagar, muito devagar. Vamos beijar-nos.
José Luís Peixoto
segunda-feira, 14 de abril de 2014
PORCÃO
Porcão
É Porcão mas não é porco nem cão. É muito
invejado pelas porcas e cadelas. Gosta de viver em casa e fora dela. Quando há comida nada
lhe escapa, já para não falar das suas folgas. Gosta de correr mas não é
rápido. Imagina só! Estar na rua e encontrar um Porcão a correr, ficarás com a
boca aberta!
Gonçalo
Machado, 6ºE
TARTAVALA-MARINHO
Tartavala-marinho
Metade tartaruga/metade
cavalo-marinho.
A tartavala-marinho come muitas algas e vive no mar.
A tartavala-marinho tem a cauda pequena, a cabeça grande, as patas enormes e uma
carapaça muito dura.
A tartavala
gosta de muita água, gosta de brincar com os irmãos que também são
tartavalos-marinhos.
Sofia -6ºD
DRAGITÁRIO
O Dragitário
O Dragitário mata cavaleiros, voa até ao fim do mundo e nada
até muito fundo. É forte, atira flechas e tem uma cauda longuíssima, que usa
como espada.
Santiago Bucho, 6D
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