quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

GRITOS CONTRA A INDIFERENÇA


"Como não me inquietar quando vejo a paz global tão ameaçada e os Direitos Humanos tão espezinhados? Como não interpelar quando assisto à degradação contínua do nosso planeta Terra e ao seu esgotamento, provocado por uma ganância louca, sem freio nem nexo? Como não me assustar quando penso nas tragédias em curso na Palestina, no Afeganistão e no Iraque (e em breve no Irão) e assisto ao aniquilamento do Direito Internacional, impotente perante as espúrias situações de Guantánamo e dos voos da US até na minha Europa ainda democrática? Como não gritar quando ouço falar como inevitável, e sem retrocesso possível, de um confronto atómico e que penso nos milhões de mortos e de refugiados que um tal apocalipse acarretaria? Como não me questionar sobre o futuro da acção humanitária e os desafios e perversões que encontra?"

Fernando Nobre

Gritos contra a indiferença, Lisboa- Temas e Debates, 1998

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