sábado, 10 de dezembro de 2011

zona letal, espaço vital
















No passado dia 22 de novembro, a turma B do 6º ano teve o privilégio de visitar a exposição patente no Palácio da Galeria -"Zona letal, espaço vital" e participar na atividade "Poesia japonesa haiku e haicai". Depois de uma breve introdução à poesia japonesa e a partir dos haikus e haicai dos poetas
Bashô, Busson, Issa e Shiki, os alunos, munidos de tinta da china e de um pincel chinês, transportaram livremente para o papel o que iam ouvindo dos poemas, criados a um ritmo pausado,de modo a sugerir uma narrativa possível de ser ilustrada.
A poesia japonesa tem uma forma própria de ser escrita. Na sua língua original, tratam-se sempre de três versos, o primeiro com cinco sílabas, o segundo com sete sílabas e o terceiro com cinco sílabas novamente. O haiku foi inventado há centenas de anos no Japão e é a forma poética mais reduzida do mundo.Este pequeno poema pode descrever sentimentos importantes que nós temos pelo que nos rodeia, acerca da natureza, dos animais, das cores, das estações do ano num
local e período de tempo específico. Por exemplo, falar de uma cascata no fim do Inverno quando derretem as primeiras neves. Esta poesia fala dos contrastes que existem na natureza, sentimentos acerca de um assunto ou objeto, emoções que incluem felicidade, tristeza, solidão,
alegria, medo, esperança, surpresa, fascínio, coragem... esta poesia expressa
um sentimento e muitas vezes contém uma surpresa.
Todas estas emoções podem ser transpostas para o desenho, relacionando-o com a escrita.

No Inverno, à chuva,
e nem sequer um chapéu -
pois é! Ora, ora!

Acendes o fogo;
vou mostrar-te esta beleza:
uma bola de neve!

Varrendo o jardim,
a neve ficou esquecida
pela vassoura.

Lua cheia, Outono
caminhei a noite inteira
ao redor do lago.

As primeiras chuvas
o macaco também quer
um manto de palha.

Acender a vela
pegando numa outra vela;
noite de Primavera.

Brilha um relâmpago!
O som das gotas caindo
por sobre os bambus.

Torna-se a raposa
num belo principezinho;
noite de Primavera.

No fundo do tanque
mergulhou uma sandália;
saraiva caindo.

A vaca aparece
emergindo da neblina
Muu! Muu!

Ó caracol, vai
subindo o Monte Fuji
lento, lento, vai!

Ao bater na mosca,
acabei por acertar
numa planta em flor.

As nuvens vagueiam;
uma formiga a subir
para a pedra negra.

Eis o velho tanque;
uma rã salta e mergulha
o baque na água.

A tesoura hesita
ante o alvo crisântemo
por um só momento.

Saindo da caixa,
eis estas duas bonecas:
como as pude esquecer?

Podia comê-la
aquela neve a cair
tão leve, tão leve!

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