quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"Abyssus Abyssum”, de Trindade Coelho com final original, por Miguel Ferreira

- Socorro, acudam! – gritava o Manuel, enquanto o António tentava afastar o pequeno barco para longe do grande e furioso remoinho, que se alargara cada vez mais. António remava e remava, enquanto o Manuel tirava desesperadamente a água que entrara para dentro do barco.
No entanto, com todo o esforço dos pequenos rapazes, o barco continuava a ser sugado para dentro do monstruoso vórtice.
Foi aí que os dois irmãos desistiram da sua luta contra a corrente, e rezaram para que alguém os viesse acudir. António já não sentia os braços de mexer e remexer os remos furiosamente na água, e, quando ambos já estavam prestes a perder todas as esperanças, Manuel sentiu um jacto de luz e calor, e foi então que viu a mais brilhante estrela do céu a se aproximar cada vez mais.
A estrela que eles tinham pensado nunca mais alcançar estava agora cada vez mais perto dos dois rapazes, desesperados e traumatizados com o que lhes estava prestes a acontecer.
Foi então que a mulher mais bonita alguma vez vista veio a voar com asas invisíveis e um sorriso acolhedor de quem percebera tudo o que os pobres rapazes tentaram fazer para se salvar...
... Finalmente a são e salvo, os dois irmãos, confusos e cansados, adormeceram ao colo da doce, luminosa e abençoada estrela que os salvara.
António acordou no dia seguinte, sentou-se na sua cama e olhou para o irmão:
- Manuel, ó Manuel !! – exclamou o António, na tentativa de o acordar.
O Manuel levantou-se com um bocejo e um espreguiçar e olhou para o irmão:
- O que aconteceu ontem ? – perguntou o António.
- Quando? Depois do jantar? O pai foi à rua e a mãe ficou em casa connosco, a jogar. Não te lembras?
- Então e o barco? E o monstruoso remoinho que quase nos matara? - exclamou o António.
Mas o António sabia que não tinha sonhado, pois ainda tinha as puas nas mãos de remar furiosamente contra a corrente...


Miguel Ferreira, 7ºB

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