quarta-feira, 12 de março de 2014


Um livro na prisão

Numa cela, pequena, mal cheirosa, fria e sem luz, está um livro. Um livro nas mãos do seu leitor, devorando as suas páginas, lendo, frase por frase, palavra por palavra, deixando para trás o pequeno espaço e esquecendo o frio, o mau cheiro, a falta de luz, a solidão, entrando pelas portas do paraíso, deixando-se levar pela magia das palavras. Que lindo que é, com o mar, com ilhas e praias, com plantas perfumadas, com aves a voar e o sol a brilhar! Lá vai o prisioneiro, preso no mundo das letras, navegando neste grande mar de palavras, voando com as frases no ar! Estava noutro mundo, debaixo de outro céu, num mundo de magia, de emoção...
    Eram horas de almoço e, caminhando lentamente com as algemas na mão, o guarda chegou à cela do prisioneiro e ficou encantado com o que viu, pois nunca tinha visto um prisioneiro tão contente, apenas com um simples livro nas mãos. Então, sem o querer interromper, observou, silenciosamente, como o leitor se esquecia do sítio onde estava, como se deixava levar. É a magia! A magia do livro; como um simples objeto pode influenciar as pessoas, deixando-as na fantasia… Um livro, um objeto mágico, uma coisa fabulosa. Quando alguém pega num livro, vai para outro mundo. Para a guerra, para o paraíso, para o deserto, para uma outra fantasia…quando alguém pega num livro, fica enfeitiçado. Enfeitiçado pelo feitiço das palavras.



Pedro Ferreira, 7.ºA

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