sexta-feira, 14 de março de 2014

O brilho da viagem



I Parte

         Numa visita de estudo às Catacumbas, seguia no autocarro ao lado da minha amiga Rita.
        Quando chegamos ao nosso destino, saímos do autocarro e eu escorreguei,  empurrando a Rita que caiu redonda no chão. Aleijada a Rita, culpo-me, amuando perante mim.  Dentro do edifício, ela andava a 2 metros de mim enquanto os outros caminhavam 2 a 2 de mãos dadas. De seguida entrámos numa porta grande e escura, que parecia a porta de um castelo. Lá dentro estava tudo escuro, mas iluminado por velas a cada 3 passos.
       Não se percebia bem o que lá havia, mas a nossa guia explicou-nos o que era e como funcionava.
      À primeira vista aquilo parecia apenas um túnel cheio de buracos na parede, mas quando chegamos a uma parte só se viam esqueletos enfiados nas suas gavetas. Eu assustei-me mas como não tinha ninguém ao meu lado para abraçar até passar o medo, fechei os meus olhos.
           Seguida pela voz, caminhava sem saber por onde ia, até que a professora anunciou que íamos fazer uma pausa num lugar claro, com luz. Quando estávamos prestes a chegar,  abri os olhos e reparei num brilho que quase me encandeava. Curiosa voltei atrás para ver o que era. O brilho vinha da mão de um cadáver. Aproximei-me, já sem medo, e só com uma mão puxei e arranquei-lhe o braço esquerdo.
                                             II Parte
             O brilho que se via de longe era um anel de diamante que brilhava entre o escuro da caverna e a clareza da luz das velas. Cheguei a pensar que se desse o anel à Rita ela me perdoaria e ficasse tudo bem. Depois pensei melhor e decidi limpar o anel primeiro, porque senão arriscava-me a que ela cheirasse o anel e este cheirava a morto.
            Comecei a limpar o anel, mas à medida que o limpava a turma ia se afastando cada vez mais. Como a Rita era o meu par, ela tinha de esperar por mim, mas já estava aborrecida de tanto esperar e por isso gritou:
             -Estou farta de esperar por ti aqui! Mas afinal o que estás a fazer?
            -Tem calma que já vais ver- disse eu.
           Quando finalmente acabei de limpar, enrolei o anel num bocado de papel  que guardava na mala e depositei-o nas mãos de  Rita, que me olhou estupefacta.
      -Porque me deste este bocado de papel amachucado?!- perguntou ela.
           -Abre e verás!- respondi-lhe.
         Então ela abriu-o com o maior desinteresse e, de repente, o olhar dela encheu-se de brilho e emoção:
           -Que anel mais lindo!…É para mim?- perguntou ela.
          -É sim, Rita, e desculpa ter-te empurrado. Eu acho que estava com tanta pressa que me esbardalhei em cima de ti.
         Depois de termos feito as pazes, andamos em direção à turma, mas não vimos ninguém e pensámos que estávamos perdidas. Como tínhamos medo de nos perder mais, ficamos no mesmo sítio… quando ouvimos a professora a gritar pelos nossos nomes, preocupada:
        -Ana, Rita, onde é que vocês estão, meninas?
       Foi aí que os nossos rostos se encheram de tanta alegria que até respondemos em sintonia:
      -Aqui, professora, estamos aqui!
     A nossa guia e a professora vinham à frente com uma multidão de alunos atrás. No meio da conversa, a professora perguntou:
     -O que aconteceu?
    Contamos-lhe a história e, no fim, a professora sorriu…

 Ana Afonso  -  5ºA

  

1 comentário:

  1. Adorei o teu conto, Ana. Já sou tua fã. Obrigada pela partilha da tua criatividade, onde desenhas histórias encantadoras na nossa mente. Beijinho.

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